Naturalmente, pela força e necessidade de seu voto para a administração, as atenções da comunidade e da imprensa se mantém no vereador petista, Lourenço de Souza, (foto), parlamentar que optou pela sensatez na busca de visibilidade para seu partido, do que manter ferrenhamente os ideais ideológicos que norteiam a sigla.
Ao ser eleito, o assentado de 44 anos, teve a importância de sua conquista aumentada com a nova formação do legislativo: quatro vereadores de situação e quatro de oposição, ficando no centro das atenções, com o assédio de todas as bancadas e um grande poder de barganha na hora de fatiar o bolo, tanto na Câmara de Vereadores, onde ocupa já de saída a vice- presidência, quanto na administração.
Apoio para Vilso- No programa Variedades da Nativa FM, ele, que, ao optar pelo apoio ao reeleito Vilso Agnelo também gerou uma instabilidade dentro do PT, o que garante já não existir, justificou sua decisão e fez revelações com relação à mesa de negociações também com a oposição.
- Buscamos o melhor para o município e isso se faz com os vitoriosos e não com os derrotados. Quem me critica, certamente não votou em mim e nem no meu partido. Eu também sentei com a oposição e eles me ofereceram 50% dos cargos para compor com eles e chegaram a me ofertar 100% - revelou o vereador, referindo-se a proposta do PMDB.
Indagado novamente se realmente teria ouvido que ganharia a totalização dos cargos para se juntar a oposição, retrocedeu:
- Quem me disse que eu poderia indicar todos os cargos foi o meu partido – remendou.
Poder- O fato é que, devido à necessidade do executivo em manter a maioria na câmara, o Partido dos Trabalhadores se reforça para alcançar a visibilidade necessária para sua futura pretensão, que é comandar o município, elegendo o prefeito. Ao ficar dependente do voto de Lourenço para sustentabilidade política de Vilso, os demais partidos da base aliada permitiram que além da Secretaria de Habitação e outros três cargos na prefeitura, ele ainda tenha o maior número de cargos no legislativo, com quatro indicações.
PMDB-PT- Quanto ao namoro quatro anos depois com o PMDB, e que novamente não foi ao altar, Lourenço rebateu o que foi dito pelo oposicionista Cláudio Dias recentemente em entrevista à emissora, quando este garantiu que a coligação só não saiu porque o PT não quis, já que todas as exigências teriam sido atendidas.
- Na verdade, eles não aceitaram que nós tivéssemos o candidato principal, inclusive, até apresentamos a eles o nome deste candidato a prefeito. Não aceitaram ser vice, não deu acordo – revelou o edil.
Voto ilógico- Ao responder o motivo pelo qual votou contra a uma emenda da oposição que mudaria o sistema para a ocupação de cargos de diretores em educandários municipais, permitindo que o processo democrático seja o responsável assim como já ocorre no Estado e isso devido a uma luta de seu próprio partido, ele justificou , alfinetou, foi ilógico e pouco objetivo.
- No meu entendimento, há a necessidade de aprofundamento na questão. Precisamos ir mais além e pensar no conjunto, na qualidade da educação como um todo: professores, alunos, salas de aula etc.. O colega que apresentou essa emenda, na verdade é contra isso, pois quando eles estiveram no poder poderiam ter feito e não fizeram, e agora querem por acharem que vão recuperar o espaço que perderam através das disputas nos colégios – disparou o vereador, apontando para o PMDB.
Divergência de valores- Lourenço também rebateu o cálculo apresentado pela oposição para justificar a não criação da Secretaria de Habitação.
- Eles disseram que em quatro anos esta secretaria custará dois milhões de reais. Não sei como chegaram a este número, mas os nossos, mostram que o gasto será de trezentos e cinquenta mil reais. Pretendemos fazer oitenta casas por ano, o que dá três milhões, então, pelo que vamos gastar com a secretaria e o que pretendemos captar, isso é investimento e não gasto –
Dissonãncia- Numa clara dissonância com o presidente Manoel Rodrigues, PP, o petista defendeu mudanças no regimento da casa no sentido de permitir a manifestação popular durante as reuniões, regimento este, usado pelo presidente exatamente para exigir o fim do tumulto na sessão do inicio do mês.
- Se diz isso, lá, devemos debater e talvez fazer mudanças, atualiza-lo. Não tenho em meu perfil ser contra o desejo dos trabalhadores, mas, concordo que não posso chegar me atravessando num município que tem 224 anos de história – finaliza.