Sexta-feira - 04 de março de 2016
Manifestação reuniu cerca de 400 pessoas no centro da cidade |
Um clima de revolta, tensão e comoção marcou a manifestação que nesta tarde pediu justiça para o caso dos irmãos mortos por um policial militar na quarta-feira no interior de Piratini.
Cerca de 400 pessoas se aglomeraram em frente à Delegacia de Polícia Civil e com faixas, cartazes e palavras de ordem pediram justiça exigindo também uma manifestação do delegado Rafael Vitola Brodibeck sobre o caso.
Daniel da Rosa Ávila que também é brigadiano e irmão das vítimas: Erminio e Horaci da Rosa Ávila, 33 e 36 anos respectivamente, disse estar convencido de que seus irmãos foram executados.
- Um deles tinha dois tiros na boca e um no olho. Ele executou meus irmãos e distorceu as circunstâncias, a verdade dos fatos. Não sei o que aconteceu na hora, mas eles foram caçados como animais – disse Daniel
.
Aline da Rosa Ávila, 26 anos, esposa de Horaci, participou da manifestação que terminou em frente ao quartel da Brigada Militar com a filha de um ano e meio no colo. Muito emocionada ela falou sobre as mortes.
- Eles saíram por volta das 04hs da tarde para cuidar de umas ovelhas na propriedade da família e, às 08hs, quando retornavam, foram executados a queima roupa e sem nenhuma chance de defesa – disse uma das viúvas.
Emocionada ela completou: - Eram homens de bem, trabalhadores e pais de família. Ele (policial) destruiu nossos sonhos e vidas, ficaram os filhos sem pais para criarmos -
O que diz a Polícia Civil:
O delegado Brodibeck falou sobre o caso. Disse que a missão da polícia é a apuração dos fatos na busca da verdade e que este é um inquérito complicado, pois, demandam provas, testemunhas e principalmente a perícia e a certa reconstituição dos fatos.
Brodibeck também justificou os motivos pelos quais o policial que não teve seu nome divulgado, não foi preso pelas mortes.
- No momento do acontecimento nós tínhamos uma versão e, essa versão foi o que levou ao não encarceramento do soldado. Não havia elementos para o pedido de Prisão Preventiva – disse.
O delegado frisou que em nenhum momento disse que houve o crime de abigeato, fato alegado pelo policial para o confrontou com os irmãos.
- O que eu disse é que houve uma versão contada pelo soldado que naquele momento foi suficiente para que eu não o encarcerasse, o que não quer dizer que isso seja definitivo, pois, um inquérito policial muda, ou seja, nada impede que haja um inquérito por homicídio, um processo e um júri – explicou.
Para que se chegue ao que realmente ocorreu, o delegado disse ser crucial o resultado da perícia nos cadáveres e também nos carros que estavam na cena, o que não é diferente para a arma do PM e também para as encontradas com os irmãos.
- Vou solicitar ao Instituto Geral de Perícias que tenhamos uma reconstituição do ocorrido para que se descubra a verdade e com isso buscarmos as medidas necessárias para obtermos a justiça- encerrou.
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