O modernismo e a abertura que alguns críticos consideram exagerada são fatores apontados para que ícones da música sertaneja de raiz caíssem no esquecimento em muitas regiões do Brasil e o sul é uma delas.
Atualmente é raro ligar o rádio e encontrar uma emissora que dedique espaço para referencias como Tonico e Tinoco, Milionário e Zé Rico, Sérgio Reis e Almir Sater.
Atenta a essa deficiência, a direção da Nativa FM apostou e está resgatando essa vasta obra que no centro do país resiste bravamente.
O espaço ainda é tímido, mas já foi possível identificar que é preciso apenas isso: espaço.
As letras e melodias dos grandes clássicos se encarregam do resto e imediatamente milhares de ouvintes da cidade e na região retornam a apreciar este estilo que foi tragado pelo contemporâneo e comercial.
Coube a Feliciano Garcia, que assina seu nome há muitos anos no rádio com estilo e linguagem tradicionalistas à frente do Galpão Nativo (atração das manhãs de domingo) a missão de levar ao ar o “Sem Porteiras”, que mesmo por apenas uma hora nas manhãs de sábado, sacia ou deixa com o gostinho de quero mais, aqueles que estavam saudosos do estilo que consagrou vários dos maiores nomes da musica brasileira.
Entre 08:00 e 09:00 hs, o comunicador abre o baú musical tocando clássicos que marcaram época.
- Estamos em fase de teste, mas a aceitação foi surpreendende. Esse estilo que considero similar ao nativismo por trazer nas letras muita essência, deixou uma saudade muito grande- avalia o apresentador.
Para Feliciano, o radialista tem um papel fundamental na formação de opinião por parte dos ouvintes
- há espaço e deve haver espaço para todos mas nós comunicadores temos que colaborar para que as pessoas saibam discernir a verdadeira música sertaneja, com conteúdo e que expressa a cultura do Brasil assim como faz a nativista gaúcha, de outros estilos que se auto intitulam sertanejos mas que na verdade são apenas comerciais- entende o locutor, fazendo uma clara referência a movimentos da atualidade como o universitário e o romântico
- Com exceção da Paula Fernandes, que em minha opinião mesmo fazendo parte de uma geração contemporânea mantém a essência de suas raízes do sertão, o restante não se enquadra no verdadeiro e fiel estilo- opina Feliciano.
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