João foi pego pela segunda vez em menos de dois meses |
Armazenada sobre uma lona postada no chão, os cortes já prontos para serem embalados nas sacolas plásticas que estavam à espera para logo a seguir serem colocadas à venda no bar de João de Deus, comerciante que há quarenta e cinco dias já havia sido flagrado pela Polícia Civil vendendo carne imprópria para consumo por não possuir seu estabelecimento as licenças sanitárias exigidas para este fim.
Circulando próximo ao que o proprietário informou ser algo em torno de cem quilos de carne bovina, cães e a menos de trinta metros, restos mortais de um cachorro.
A exemplo da anterior, outra vez João foi denunciado às autoridades de forma anônima, mecanismo que o delegado Edson Ramalho considera de extrema importância para combater as quadrilhas de abigeatários que agem no interior de Piratini.
- Estas são as condições de armazenamento da carne que a população tem se alimentado – disse o delegado Ramalho apontado para o produto que é vendido no mercado clandestino.
No local, Bairro Santa Isabel, uma serra elétrica, facas e ganchos usados para pendurar as peças que foram desossadas. Junto aos ossos, um balde onde a graxa do animal foi armazenada.
- Não é carne roubada, matei na minha propriedade, era só pra consumo, uns pedacinhos que sobrassem eu ia vender- garantiu João de Deus. Eles já me pegaram outra vez, eu vou pra parar com isso aí – buscou explicar o comerciante.
Marcelo Bardi, veterinário da Inspetoria Veterinária de Piratini, avaliou as condições do abate clandestino.
Marcelo Bardi, veterinário da Inspetoria Veterinária de Piratini, avaliou as condições do abate clandestino.
-Essa carne está bastante escura, o que pode significar que o animal foi abatido no chão e não pendurado, o que proporciona que o sangue saia em maior quantidade do corpo – observa Bardi enquanto afasta o que sobrou da cabeça de um cachorro em decomposição.
Agentes foram até a propriedade do comerciante e encontraram os restos do animal, o que vai ao encontro da afirmativa dele de que o bovino lhe pertencia não sendo portanto, fruto de abigeato. A polícia vai investigar e ele novamente será no mínimo indiciado por crime sanitário. A carne deverá ser incinerada.
EmoticonEmoticon