sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Uma data especial para homenagear quem partiu


Feriado foi de homenagens aos que partiram
No dia de Finados reverenciar quem já partiu é atividade necessária e tradicional para parentes e amigos que  aproveitam o feriado para lotar os cemitérios do Brasil e neles, também manter em ordem a última morada dos entes queridos.
Essa rotina anual transforma ao segundo dia do mês de novembro, o cenário das ruas de acesso e em torno do Cemitério Municipal de Piratini, quando centenas circulam e motoristas vagam em busca de um local para estacionar o carro.
A temperatura alta fez com que a movimentação maior fosse registrada no turno da manhã, mas teve quem optasse também pelas primeiras horas da tarde para a visitação, o que permitiu  aproveitar o restante do dia para viajar ou descansar.
A aposentada Nossentina Antunes Riso fez o itinerário inverso. Enquanto muitos saem, ela veio ao município cumprir um ritual que já ultrapassa três décadas.
Residente em Pelotas, fez novamente os duzentos quilômetros entre ida e volta que separam as duas cidades, para visitar o túmulo do pai Anarolino Antunes, natural do segundo distrito e que antes de morrer requisitou à família ser sepultado em sua terra natal e não em Cerrito, onde morava.
Para ela, a visita,  limpeza do local e a troca das flores, hoje significam mais que a dor da perda já substituída pela saudade.
- Tenho certeza que para ele é gratificante saber que a filha não o esqueceu – resume ela.

Darlan redobra o trabalho nesta época
O suporte- A data e, principalmente os dias que a antecedem, torna-se uma oportunidade de elevar os ganhos de quem atua no ramo.
Darlan Madruga, na atividade funerária há cinco anos quando assumiu os negócios do pai, Marcelino Madruga, se desdobra para atender aos pedidos de fotos, vidros para túmulos e outros que integram o seguimento.
Enquanto não paralisa as atividades na Funerária Santa Maria, a funcionária temporária, Adriana Foster, revende as flores artificiais que partem de um real o boquê, para quem preferiu comprar à porta do cemitério.
Para Adriana, data oferece renda extra

Mas assim como vários pontos, situações e curiosidades que cercam o feriado dedicado aos mortos no calendário, à venda de flores já não é como outrora.
- Há em torno de oito vendedores, mas somente eu pago impostos e tenho um uma empresa registrada – reclama Darlan, que também exemplifica a perda de importância do Dia de Finados para as novas gerações.
- Na época de meu pai, neste dia, umas oito pessoas se desdobravam aqui na funerária para atender aos clientes em busca de flores, mas hoje, as novas gerações dão pouca importância e a tradição de visitar um cemitério vai ficando para trás – compara,  atribuindo a mudança de hábitos também aos fatores tecnológicos que tomam o tempo e provocam mais interesse na juventude.


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