sábado, 17 de novembro de 2012

Irmã relembra atropelamento e morte na 702


Sirlei foi testemunha do atropelamento
A aposentadoria que para elas havia chegado há apenas três anos, permitiu que ambas passassem mais tempo ao lado, e cuidando uma da outra, rotina que cultivavam desde a infância e, até a tragédia, jamais alterada, já que as irmãs de 64 e 68 anos, não casaram e residiam na mesma casa, onde educaram duas gerações de sobrinhos e também de netos, originados dos filhos que adotaram e criaram juntas.
Duas semanas depois dos laços rompidos, Sirlei Gonçalves Luçardo, 68, concedeu exclusiva ao Eu Falei, sobre a morte da irmã, Deloá Gonçalves, da qual foi testemunha enquanto realizavam sua caminhada rotineira na ERS 702 no primeiro dia do mês.
 A saudade
- Tem sido muito difícil. Éramos companheiras inseparáveis nas horas boas e más e a impressão, é que nem mesmo respirar conseguíamos se não fosse juntas. Dos sete irmãos, hoje restaram apenas quatro e tenho certeza de que nenhum dos demais sentirá mais a falta dela do que eu – declarou a professora aposentada, com breves intervalos para retomar a entrevista devido à emoção.

O acidente
Deloá deixou saudade e dúvidas pelo acidente
Sirlei relembrou o fim de tarde que terminou na morte de Deloá ao ser atropelada por uma Parati, conduzida por Santo Egídio Leal,56 anos e que não possui habilitação, detalhe que durante seu relato, assegurou não foi a causa do acidente.

- Ela tinha muitas dores no peito e caminhar, assim como frequentar a academia, foi uma orientação médica. Andávamos na contramão, pois desta forma é possível ver os veículos que vem de frente. O combinado era eu ir um pouco à frente e ela me seguiria de perto – relembra.
- Ao perceber que um trator em baixa velocidade vinha na nossa direção, minha irmã me convidou para atravessar para o outro lado da pista, respondi não ser necessário, pois o trator tava devagar e distante. Ela então cortou minha frente e atravessou a faixa e, não sei por qual motivo, depois que chegou ao outro lado decidiu retornar para onde eu estava. Eu então fiquei prestando atenção no veículo e aí apenas ouvi o estouro – relata.

O choque
- Ele não teve culpa. A Deloá foi em direção ao centro da pista. Acredito que o motorista tenha se assustado, pois não conseguiu parar o carro depois do choque, andando uns vinte metros com ela rolando por cima do capô, e quando ele parou, Deloá caiu morta ao meu lado – conclui Sirlei.
Irmã testemunha isentou motorista
Uma das possibilidades cogitadas por ela após o acidente e também pelos plantonistas do Samu que atenderam a ocorrência, é de  que a vítima teria sido acometida de um mal súbito, o que explicaria o comportamento sem direção na rodovia. Mas mesmo o laudo da necropsia tendo afastado a possibilidade ,apontando como causa da morte uma hemorragia interna devido ao choque, Sirlei ainda não se convenceu:
- Continuo acreditando que ela teve um mal súbito -


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