Enem termina e resultado será passaporte para sonhos

Nelda e Norma sonham em fazer pedagogia

Terminou as 17:30 hs deste domingo, o Exame Nacional de Ensino Médio, Enem, realizado durante o final de semana para  4,2 dos 5,7 milhões inscritos e que prestaram provas em 15.076 endereços de 1615 municípios brasileiros.

Piratini foi uma dessas sedes e o vai e vem atípico em dias normalmente de calmaria, mudou o cenário da cidade e movimentou bares e restaurantes que ficaram lotados por candidatos vindos de outras cidades, como Pinheiro Machado de onde partiram três excursões.

Aos 54 anos, Norma Voss vê no exame a grande chance para cursar a faculdade. Questionada sobre o motivo de apenas agora tentar o acesso à formação através do Enem, a avó de dois netos explica:

- Criei meus três filhos e, agora que estão encaminhados, vejo que é o melhor momento. Quero fazer uma faculdade que tenha em Piratini, como pedagogia, por exemplo, e aprender inglês para me virar quando for à Europa –

A necessidade de se tornar-se bilíngue se dá pelas dificuldades que ela encontra quando visita um dos filhos, pastor luterano nos Estados Unidos, e quando excursiona por países como Paris, Espanha e Bélgica.

Correria foi cena normal

Ela chegou para a prova do sábado na Escola Rui Ramos, minutos antes do limite para o fechamento dos portões, mas tranquila e acompanhada da amiga Nelda Riechel, que por 28 anos trabalhou em um restaurante e agora também sonha em se tornar pedagoga.

Histórias de atrasos ou quase atrasos, sempre marcam  o Enem e, este ano, não seria diferente. Candidatos correndo para não perder a hora como mostra uma das fotos, foi algo comum pelas ruas que acessavam os locais de provas.

Para a jovem Letícia Prestes, estudante do terceiro ano no Instituto Ponche Verde, fazer o Enem pela segunda vez só foi possível depois de muito nervosismo, correria, suor e ajuda da reportagem.

Ao chegar ao prédio da Associação Educacional Piratiniense, a garçonete de 17 anos percebeu que havia esquecido o documento de identidade e aí começou a correria.

- Liguei pra minha mãe e ela disse que só poderia mandar mais tarde, então peguei um táxi, mas quando cheguei em casa meu irmão já havia saído com o documento – contou.

Letícia suou mas conseguiu chegar a tempo

O irmão havia levado a identificação de Letícia para o Colégio Pedro Garcia, em outro extremo da cidade e onde ela prestou as provas em 2011.

Na busca por ele, a candidata foi parar no Ponche Verde, onde oferecemos uma carona para ajuda- la quando faltavam apenas cinco minutos para o início do teste. Três quadras depois, o encontramos e o teste que poderá realizar o sonho de fazer a faculdade de teatro pode ser feito.

A reencontramos neste domingo para saber como foi enfrentar a maratona de responder as 180 questões em dois dias.

No sábado precisei de quatro horas e hoje, de quinze minutos a mais para responder as questões de Ciências Humanas e Tecnologia, que achei tranquilas. Surpreendi-me com o tema da redação, Movimento Imigratório no Século XXI, que não espera e  achei difícil, mas acho que consegui me superar – avalia a estudante.