Trajes típicos deram colorido ao evento |
Em Novembro, as discussões em torno do preconceito racial, discriminação e do pseudo fim da escravidão no Brasil, se afloram na Semana da Consciência Negra, discutida bem mais ativa e amplamente, durante o mês dedicado a raça no calendário, ao menos teoricamente, uma vez que o 20 de novembro, data máxima da negritude brasileira, não é feriado nacional, o que se tornou uma realidade no município vizinho, Canguçu.
Em sua programação e espaços organizados pela Pastoral Afro Piratini e pelo Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra local, durante três dias, tendo como palco a Sociedade Recreativa e Cultural 13 de Maio, o popular Senegal, umas das referências, no passado, do Aparthaid na comunidade piratiniense, palestras, temáticas, danças, pratos típicos e a oportunidade de retornar à pauta, situações e limitações que a cada ano parecem não evoluírem na busca de soluções para uma sociedade igual em oportunidades.
Taddei palestrou para um pequeno público |
No sábado, pela manhã, assim como na abertura um dia antes, a parca presença durante a palestra “Educação Para as Relações Étnico Raciais” proferida pelo advogado com mestrado em educação pela UFPEL, Paulo Taddei, que abordou suas teses e teceu seus comentários sobre o assunto para uma plateia possível de ser contada nos dedos. À tarde, outro retrato do desinteresse nas atividades promovidas pela raça. Durante a exibição do documentário “Atlântico Negro”, algo em torno de 95% do público presente era visitante, alunos e professores da UNIPAMPA Jaguarão
No encerramento neste domingo, a casa estava cheia, mas, novamente, a presença local se resumiu basicamente aos integrantes dos órgãos promotores e das comunidades quilombolas existentes na zona rural, 1º, 2º e 5º distritos.
Na tarde do sábado, uma platéia visitante |
Da celebração afro, com a condução do padre baiano Josuel dos Santos, da Congregação Católica de Porto Alegre, comitivas de Canguçu, Pelotas e da capital do Estado. As roupas típicas da colorida cultura africana, se destacaram junto aos cânticos católicos com toque ou versões afro e, ao desfile da culinária peculiar, ofertada a quem fez novamente desta edição, a possibilidade para os desabafos decorrentes das dificuldades e falta de oportunidades comuns a quem ainda é ou se sente segregado, o que é evidenciado no lema do evento em 2012: “Dialogando para romper preconceitos”.
Diante das batalhas travadas para excluir ou ao menos amenizar as desigualdades, é inevitável que surja um questionamento: em 20 de novembro a alusão é à consciência ou talvez a ausência dela?
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